Qual o futuro da carreira em conservação da biodiversidade e sustentabilidade? Confira os conselhos profissionais valiosos de Cláudio Pádua, fundador do IPÊ e da ESCAS. Prepare-se para transformar sua carreira com o Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Sustentabilidade da ESCAS!
1.Por que você criou o IPÊ?
Eu tive a sorte grande de estudar nos Estados Unidos para fazer mestrado e doutorado num momento em que uma nova ciência estava emergindo: a Biologia da Conservação. Quando voltei ao Brasil, senti a obrigação de transmitir esse conhecimento aos jovens brasileiros, acompanhando os avanços globais dessa ciência. Nesse período, fui professor convidado na ESALQ da Universidade de São Paulo, uma instituição que adoro. Contudo, a burocracia da universidade pública me desanimou. Decidi então quer o melhor era começar a fazer pesquisa e educação de forma independente, e assim nasceu o IPÊ.
2. Como surgiu a ESCAS?
Inicialmente, oferecemos cursos de curta duração sobre biologia da conservação. Desde o começo, a educação tem sido um pilar forte na nossa instituição, pois acreditamos que formar lideranças é essencial para a conservação em larga escala. Criamos o Centro Brasileiro de Biologia da Conservação, que se transformou na ESCAS em 2010. A ESCAS é nossa maneira de lançar as sementes do IPÊ. Esse é um resumo bem simplificado.
3. O que você deseja para os futuros alunos do Mestrado Profissional da ESCAS?
As novas turmas de Mestrado em Conservação da Biodiversidade e Sustentabilidade estão cada vez mais qualificadas. Meu conselho é que cada pessoa aproveite ao máximo a combinação de conhecimento acadêmico e nossa experiência de mais de 30 anos em conservação. Assim, elas poderão aprender até mais do que em universidades. Bem, prestem atenção, façam perguntas e aproveitem todas as oportunidades de aprendizado.
4. Como você compara as possibilidades de carreira em conservação ambiental quando a ESCAS surgiu e agora?
O mercado mudou bastante, e para melhor. As possibilidades de atuação se ampliaram, com mais empresas entrando no campo da conservação através de práticas de sustentabilidade, metas da ONU, ESG, entre outros. Essas oportunidades surgiram porque a necessidade de profissionais qualificados em conservação aumentou devido às ações humanas no planeta. Criamos tanto coisas boas quanto ruins, e o que foi feito de ruim gerou uma demanda por profissionais que entendam do assunto e saibam como agir. O planeta está precisando de vocês.
5. Qual conselho você dá para quem quer uma carreira em sustentabilidade?
Não importa sua formação inicial. Hoje, há oportunidades para qualquer pessoa que queira trabalhar com sustentabilidade. O mais importante é não trabalhar apenas pelo dinheiro. Tenha uma missão de vida que seja boa e pense nela todos os dias. Trabalhar com algo que é útil para o mundo, para o planeta e para o futuro da humanidade traz um prazer e um estilo de vida únicos.
6. Quais são as áreas mais promissoras para carreiras em sustentabilidade?
Hoje, temos déficit em todas as frentes. Áreas como restauração florestal e mercado de carbono são novas, modernas e estão crescendo rapidamente. Se você quer pensar no futuro, o campo de pagamento por serviços ambientais, especialmente da biodiversidade, ainda está se desenvolvendo e promete ser uma área importante.
7. Quais habilidades são essenciais para os profissionais de sustentabilidade?
Para trabalhar com ESG na indústria, é necessário um bom entendimento dos processos industriais para descobrir como reduzir emissões de carbono e produzir relatórios eficazes. Já para trabalhar no campo no Brasil, é preciso paciência e a disposição de enfrentar desconfortos. É gostoso, mas não é confortável.
Percebo que os jovens modernos estão com uma certa dificuldade de ir para o campo. Quem vê os programas do Animal Channel, fica encantado e acha que o dia a dia é aquilo. Não é. A natureza tem muitas coisas que incomodam, como mosquitos.
Mas a natureza oferece tanto desafios quanto a beleza de nossa biodiversidade espetacular. Os jovens precisam estar dispostos a enfrentar essas dificuldades para não perder a oportunidade de trabalhar em algo importante e útil para o futuro.
Sobre Cláudio Pádua
Carreira Inspiradora em Conservação
Cláudio Pádua é um renomado biólogo e conservacionista brasileiro, cofundador do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Iniciou sua carreira em administração de empresas, mas decidiu seguir sua paixão pela biologia e conservação ambiental, obtendo mestrado e doutorado em Biologia da Conservação nos Estados Unidos. Ao retornar ao Brasil, Cláudio sentiu a necessidade de compartilhar seus conhecimentos e contribuir para a conservação da biodiversidade do país, levando-o a fundar o IPÊ, que se tornou uma das maiores organizações de conservação do Brasil.
Além do IPÊ, Cláudio fundou várias empresas que atuam em áreas relacionadas à sustentabilidade e conservação ambiental. Entre elas estão a Biofílica Ambipar Environmental, uma empresa focada no mercado de carbono; a Parquetur, que trabalha com a concessão e gestão de parques nacionais e estaduais; e a Arboretto, um marketplace especializado em mudas de essências nativas. Cláudio Pádua é uma figura influente no campo da conservação ambiental, combinando sua experiência acadêmica com uma abordagem prática e empresarial para promover a sustentabilidade e a conservação da biodiversidade.